Às
vezes me pego pensando nas coisas da vida. Nos sentimentos deixados para trás,
nas pessoas que ficaram no passado, nas fotografias que perderam o sentido, na
chuva que cai lá fora, enquanto lágrimas são derramadas nos devaneios no meio
da noite. De certa forma é como se eu pudesse flutuar, feito um anjo ou algo
macabro ansiando por liberdade. Liberdade ao pensar, ao agir, ao amar. As
noites frias servem de reflexão e os dias quentes, para que servem? O calor desgasta
o corpo que está cansado de buscar por amores imortais, pessoas especiais e
quem sabe um guarda roupa que o leve para Nárnia ou um menino que saiba voar, e o
leve para a Terra do Nunca. As coisas vêm perdendo o sentido, as palavras
perdem a voz, não há quem saiba interpretar com clareza todos os sentimentos, o
sol de outrora era mais bonito que o sol que hoje se põe. O céu de quem ama é
mais azul de quem vive na solidão. Novamente eu digo que não há quem saiba
interpretar com clareza todos os sentimentos existentes, ou inexistentes. Então,
qual seria o segredo da vida? Qual seria a razão por estarmos onde estamos, de
amar o que amamos e chorar pelo o que choramos? Não há razão, não há segredos,
viver já é o suficiente.
Amanda K. Abreu
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