sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma menina incomum do século XXI


Ananita era uma menina incomum do século XXI. Nunca gostou de sair de casa, sempre teve uma atração maior por livros, filmes, chocolate quente em um dia frio, trancada no quarto, escrevendo textos sobre os dias. Desastrada que só ela, vivia desarrumando as coisas, bagunçando cartas, embaralhando a vida. Ananita era uma menina incomum do século XXI, costumava fazer das nuvens lindas grafias, da chuva uma sonoridade agradável, e do pôr do sol uma linda poesia. Construía caminhos com as estrelas, sorria para a lua seja de noite ou de dia. Ela era incomum, e coisas comuns não costumavam a acontecer com ela. Acordou cedo em um dia qualquer, se olhou no espelho e viu que seus olhos, claros, estavam apagados, juntamente com a palidez de sua pele. Ainda estava com sono, muito sono por sinal, mas o seu dia começara ali, e ela não podia deixá-lo passar. Sai de casa, como quem não quer nada e vai estudar, letras e mais letras se embaralhavam em sua visão, mas ela permanecia certa de que seu dia, assim como os demais, não seria comum, e que algo lhe esperava em algum lugar. Novamente eu digo que, Ananita era uma menina incomum do século XXI. Por ser incomum, ela ainda sonhava com o tal príncipe encantado, não como nos contos de fadas, mas como ela queria que ele fosse. Dizem por aí, que devemos correr atrás de nossos sonhos, e como ela sonhava com o príncipe encantado, foi-se encontrar com ele. Ele não possuía uma cavalo branco, nem uma espada fina e cintilante, ele não a tiraria de nenhuma torre e nem mataria dragões por ela. Mas ele estava ali, sorrindo com os olhos, que ela tanto gostava. Ananita era uma menina incomum do século XXI, esfomeada como sempre, degustava da companhia do tal príncipe, que por sinal, era bem agradável. Conversavam sobre tudo, passado, presente, futuro. E com o passar do tempo, Ananita percebeu que ele também era um menino incomum do século XXI, e ela gostava disso. Alguém que a compreendesse, mesmo quando ela não se compreendia. Alguém que tinha inúmeros defeitos, mas convenhamos, que só Deus é perfeito. Ananita era uma menina incomum do século XXI, e juntamente com o tal príncipe incomum, ela sorria, ela gritava, ela vivia. Vivia sendo o melhor que ela podia ser, vivia sendo ela, sabendo que era exatamente isso que ela precisava ser. 


Amanda K. Abreu

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Nova Fonte

Sete segundos paralisada, respirava ofegante, após um longo momento de desespero. A alma gritava, o corpo tremia de medo. Estava insegura, desprotegida, temia o dia de amanhã. Tantos sonhos, tantos planos, o que eram agora? Respirou um pouco mais forte, e sentiu uma estonteante dor no estômago, ela precisava sair dali. Precisava de um lugar seguro, iluminado. Precisava de paz na alma, e tranquilidade no coração. Mas onde?

Olhou ao redor, não havia nenhum feixe de luz. Uma lágrima escorre em sua face, que fria, se empalecia a cada segundo. Socorro! Help me! Ayudarme! 

Alguém?

Nada.

Tudo era vazio, era dor, desespero. Ela não sabia o que fazer, pra onde ir, o que pensar, o que falar... Era como se andasse, de visão tapada, em meio ao tiroteio.

Se prostra. Diante ao nada, derrama rios de lágrimas. Quando de repente, sente a presença de algo cobrindo o seu corpo, com uma espécie de manta branca, fina e macia feito pluma. Havia alguém ali, e ela não podia imaginar quem era. Mas, no momento em que a manta a abraçou, paz se fez presente. Foi como se aquele ser arrancasse toda amargura e medo da alma. As lágrimas se secaram ainda mais rápidas do que quando caíram. O corpo aliviou-se, mesmo sem saber o porque, a mente se tranquilizou, juntamente com o coração que naquele ser confiou.

E eis que desde aquele momento, tudo se fez novo. Nova vida, novos sonhos, novas escolhas.

Quem era este ser? A cruz foi nos dada como resposta. 

Morreu por todos, e hoje Ele vive.

Quem não O conhece, ainda O julga. Mas, quem deste amor experimenta, não deseja se afastar jamais.

Amanda K. Abreu


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Esperar é caminhar

Veio imprevisível feito uma tempestade em um dia de sol, chegou forte feito um vendaval. Ninguém poderia imaginar, que em um outono qualquer, as folhas cairiam de forma diferente, os pássaros voariam mais alto pelo céu, e a lua brilhasse mais intensamente durante à noite. Foi de repente, foi algo totalmente inesperado. Mas chegou, chegou e trouxe uma transformação na vida de quem vivia aquilo. Surgiu uma nova chama, bem lá dentro do coração, alguns diziam ser amor, alguma espécie de encantamento, mas só quem vivia sabia que aquilo não passava de um "acaso qualquer", como se Deus fizesse das circunstâncias da vida uma linda e perfeita canção, uma história nova, a união de corações. Quando isso acontece, as pessoas anseiam pela concretização de tudo aquilo, que o sonho passe para a realidade, e o projeto saia do papel. No anseio da alma, as pessoas se entregam, e são felizes por isto, a felicidade aumenta, quando elas decidem que Deus é o único capaz de fazer o melhor, confiando assim deliberadamente nas promessas do Pai, sabendo que os planos de Deus não se frustram, e Seu melhor sempre estará batendo à nossa porta. Eis que mesmo ansiosos, os corações se preparam, seja por algo bom, ou algo não tão bom, mas sabendo que será o melhor. O futuro permanece ainda distante, mas a paz é cotidiana, e a certeza de que Deus está cuidando e tudo se faz presente para sempre.



Amanda K. Abreu